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Áreas Contaminadas – Qual a solução?

Com o passar dos anos, paisagens urbanas vieram a adotar a proliferação exaustiva de indústrias como uma de suas características mais marcantes. Como consequência, esta aglomeração trouxe consigo uma série de preocupações em relação aos impactos da poluição e contaminação sobre a biodiversidade do meio ambiente. Com fauna, flora e a própria vida humana sob constantes ameaças dia após dia, qual a solução para áreas contaminadas?

O que são áreas contaminadas?

Áreas contaminadas são locais que foram diagnosticados como tal, através de estudos ambientais que identificaram a presença de substâncias químicas de interesse condições ou situações que possam apresentar perigo ou meios não contemplados na DD 038/2017/C que estão acima dos Valores de Intervenção para solos e águas subterrâneas, estabelecidos pela CETESB por meio da DD 256/2016/E, produto ou substância em fase livre e ainda resíduos perigosos dispostos em desacordo com as normas vigentes.

Como fazer o diagnóstico das áreas?

A CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) elaborou um Manual de Gerenciamento de Área Contaminada, expondo uma série de técnicas para detectar e lidar com este problema.

A primeira etapa, de Avaliação Preliminar, tem como objetivo caracterizar as atividades desenvolvidas e em desenvolvimento na área, identificar áreas fontes e as fontes potenciais de contaminação, constatando evidências, indícios ou fatos que permitam suspeitar da existência de contaminação.

Já a Investigação Confirmatória é a segunda etapa e tem o propósito confirmar ou negar a existência de contaminação na área sob avaliação, por meio de investigação de todas as fontes potenciais e primárias identificadas na Avaliação Preliminar e conforme o Plano de Investigação Confirmatória apresentado no Relatório da primeira etapa.

Somente na Investigação detalhada o meio físico será caracterizado a fim de determinar as concentrações de substâncias químicas de interesse nos diversos meios avaliados, além de definir tridimensionalmente os limites da pluma de contaminação, quantificar as massas das substâncias químicas de interesse, considerando as diferentes fases em que se encontram, além de outros diagnósticos essenciais para o estudo ambiental.

Antes de tratar a área contaminada, é necessário realizar uma Avaliação de Risco aos receptores identificados, expostos e potencialmente expostos às substâncias químicas de interesse. Com esta análise em mãos, é desenvolvido o Plano de Intervenção e seus objetivos são definidos considerando a conclusão acerca da necessidade de adoção de medidas de intervenção.

Em suma, é possível fazer analogia com uma visita ao médico: com a doença detectada por meio de exames, o histórico de saúde e características pessoais serão a base de determinação para o melhor tratamento.

O que fazer com estas áreas?

As soluções para áreas contaminadas podem variar e dependem das mais diversas condições, a começar pela gravidade da situação. Vale, ainda, salientar que todo este processo de “descontaminação” deve ser feito a partir de conhecimento científico, com as ferramentas certas e com a direção de profissionais treinados e bem capacitados, a fim de não causar maiores problemas.

Usado em áreas contaminadas de águas subterrâneas, o Sistema de MPE, sigla em inglês para Mult Phase Extration – Extração em Múltiplas Fases, na tradução literal, por exemplo, usa um procedimento a vácuo para extrair líquidos e gases, através de uma tubulação que cria pressão para forçar o movimento das substâncias.

Já o Sistema de Pump and Treat (Bombear e Tratar, na tradução literal) visa o uso de bombas pneumáticas para redirecionar o caminho das águas subterrâneas até as zonas superficiais de tratamento químico, físico e biológico, sendo uma ótima solução para o tratamento de áreas contaminadas.

Independentemente do sistema escolhido, é fundamental manter em dia o Monitoramento do Processo de Tratamento. Ao longo do processo de operação do Sistema de Remediação, é necessário apresentar relatórios periódicos contendo os dados de desempenho do sistema.  O Monitoramento da eficiência e eficácia da remediação ocorre a partir da coleta de amostras da água subterrânea para análise laboratorial e avaliação da redução dos contaminantes.

Por fim, vale destacar que o método de purificação ainda pode vir a ser longo. Ele começa com o diagnóstico, passa por tratamento e controle e finalmente chega à prevenção. Mas “Prevenção” no sentido literal da palavra? Exatamente. Esta última fase nada mais é do que a elaboração e prática de estratégias para que o problema nestas antigas áreas contaminadas não volte a se repetir e causar os mesmos impasses.

Na verdade, a “Prevenção” deve ocorrer logo antes da Avaliação Preliminar, quando a área é determinada como suspeita de contaminação. Assim, todas as etapas do Gerenciamento de Áreas Contaminadas serão mais resolutas e a remediação é mais assertiva, garantindo que a área possa ser reabilitada.

De fato, é fundamental prevenir a contaminação de uma área, a fim de evitar custos com sua recuperação e, principalmente, a degradação do meio ambiente, visto que uma área não volta ao seu estado natural mesmo após a solução para o tratamento áreas contaminadas tenha sido eficaz, pois não é possível reconstruir a biodiversidade no local, apenas reabilitar a ação antrópica no meio ambiente.